31 dezembro, 2010

Então...
Se 2010 não foi exatamente como planejou, pense assim: qual seria a graça se tudo tivesse dado certo??
Isso é só um sinal de que ainda não chegou o final, pois pra quem tem pensamento positivo sabe que no final tudo dá certo!!

Então nesse novo ano faça diferente, não espere que nada caia do céu, vá a luta, se cair levante e tente outra vez, se os momentos ruins aparecerem saiba que são eles que nos fazem crescer e que passam, de maneira inconstante, mas passam;

Que seus choros sejam seguidos de um constante sorriso; que a escuridão seja iluminada; a tristeza, passageira; que a passagem seja de aprendizados; que os aprendizados sirvam de amadurecimento; que você saiba ser maduro, sem deixar de ser alegre e com vida;

Que encontre graça onde todos acham sem graça; que você sinta amor, seja amado; que você compreenda o que nesse momento possa ser incompreensível; que aceite o inaceitável; que viva com vontade; que o tempo passe, mas de maneira aproveitável e não passe por você sem perceber;

Que você valorize os seus, sem deixar que outros o façam primeiro; que você possa: rir, pular, dançar, cantar, aproveitar, amar, brincar, levantar, ajudar, ganhar, apaixonar, perdoar, agradar,curtir, agradecer, viver ...

Que tudo se realize em 2011, e que você não caia na rotina, faça valer!!! Viva um dia de cada vez como se fosse o último... Porque ele pode ser o último...

Tenha fé de que dias melhores virão!! Eu tenho!!!

Tchau 2010! :)

28 dezembro, 2010

Ponte da Felicidade.

RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
Cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

Para você ganhar um ano
Não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

Mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

Novo
Até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

Novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

Mas com ele se come, se passeia,

Se ama, se compreende, se trabalha,

Você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

Não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

Passa telegrama?).


Não precisa

Fazer lista de boas intenções

Para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido

Pelas besteiras consumadas

Nem parvamente acreditar
Que por decreto da esperança

A partir de janeiro as coisas mudem

E seja tudo claridade, recompensa,

Justiça entre os homens e as nações,

Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

Direitos respeitados, começando

Pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano novo
Que mereça este nome,

Você, meu caro, tem de merecê-lo,

Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

Mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
Cochila e espera desde sempre.


E tudo pode ficar tão confuso de um instante para o outro!

23 dezembro, 2010

Eu sou um aeroporto

Na verdade, todos nós. Que outro lugar, senão um aeroporto, condensa sob o mesmo teto a alegria do encontro e a tristeza da despedida? Vejo pedaços de mim acima das nuvens, em logradouros distantes, em cidades inóspitas. Recebo, também, de todo lugar, pedaços do mundo que, como ímãs, aplicam-se sobre a minha pele e lá ficam para a posteridade, exibidos por onde passo.

Alguns têm a pista embrenhada entre matas, encoberta por nuvens de chuva, radares desligados ou
intencionalmente sabotados. Tem gente que tem medo de avião.

Por medo das partidas, tem gente que não deixa ninguém chegar. São aeroportos fechados. No entanto, a gente só percebe o calor do abraço quando sente a dor de respirar o ar frio da solidão. Você brada aos céus toda sorte de impropérios, mas não percebe que voo nenhum te encontra no radar.

Eu sou um aeroporto. Chegadas e partidas são a única certeza na minha vida. Meus olhos estão
virados pro futuro, focados na estrada que se prostra à minha frente. Encontro em mim, com
igual facilidade, motivos para persistência ou para desistência. E continuar pra quê? Continuo
com a força do que levo pra vida. O saldo positivo disso tudo é a quantidade de aviões que
acolho em meus hangares. Pedaços de histórias que conto pra mim mesma todo dia, enquanto ergo
um tímido sorriso quase que instantâneo de realização.

E você, aeroporto em greve, tá esperando o quê, olhando pra cima?

(Avião não pousa em aeroporto fechado)

15 dezembro, 2010


Se queres saber de mim
não olhes os meus retratos
julgando saber-me assim.

Se queres saber quem sou
não busque nas minhas respostas
quando perguntas onde vou.

Se queres saber quem é
esta que te sorri
não olhe para a mulher.

Que não me saberás pelo sorriso,
não me conhecerás pelas respostas,
meus retratos são imprecisos,
a cada dia traço novas rotas.

Se queres porventura, um dia,
entender deste coração,
olhe meus olhos primeiro:
é neles que mora a poesia
que me explica dia após dia
e me mostra por inteiro.

Se queres saber-me de fato,
recomendo-te menos cuidado,
muito carinho, pouca fala,
mais riso e tato, muito tato.
...
Débora Cristina Denadai